domingo, 6 de dezembro de 2009

O Impostor



Recuso-me a olhar para minha própria vida. Tento impressionar os outros com minha inteligência, minha perfeição. Tento intimidar.

Olhando para mim, não consigo ver que mostro sinais de desespero profundo. Rosto rígido!

Para não perder o humor e senso de proporção escondo minha autodepreciação.

Quantas vidas arruinei? Qual o alcance e a amplitude de minha maldade? Conseguirei encobrir o meu mais profundo senso de desvalia e insignificância? Estarei eu perdendo as qualidades humanas?

Que ego bizarro!

Não posso parar de sorrir. Tenho que me relacionar com os outros. Não vou me destruir! Não posso ser derrotado! Tenho que me mostrar impecável e irrepreensível!

Tenho medo que descubram que sou uma fraude. Sempre dei falsa impressão de mim. Será muito difícil para mim se eu for desmascarado.

Tenho dificuldade de compartilhar meus segredos, pode ser embaraçoso. Sinto que falta conversa franca... em minha vida. Tenho tristeza pelo que jamais disse.

Mas, não posso ficar despido.

Essa é minha busca de aceitação e aprovação.

Assim, digo que sou feliz.

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