sexta-feira, 18 de março de 2011

Meu Precioso

Quando se recebe ou se conquista algo, da qual já se tinha perdido as esperanças de ser possuidora de tal coisa, acontece o mesmo comportamento da criança egocêntrica que ganhou o brinquedo que foi sonhado por muito e muito tempo.
Falo daqueles desejos sonhados por toda uma vida, e que por demorar tanto se realizar, parece que nunca vai acontecer.  Parece que nunca acontecerá e o tal sonho já parece impossível... Quando acontece, quando se realiza... Bumm! A pessoa se transforma em tudo o que ela nunca foi. É a realização da felicidade!  Isso esta mesmo acontecendo? Duvida-se que esta seja a vida real ou que seja um merecimento. Quanta alegria! Quanta felicidade! Não se cabe em si!
No fundo há um sentimento de não ser merecedora daquela conquista, sabe-se lá por que. Então, acaba-se por se tornar refém do que foi conquistado.
O medo de perder é maior que o prazer da conquista. Corre-se o risco de perder há qualquer momento o sonho de toda uma vida. Pode-se ser roubado por qualquer um. Todos que vêem tal felicidade, cobiçam, desejam, invejam. Quanto perigo! Que perigo! E é constante! Não dá pra baixar a guarda! É preciso estar alerta sempre, sempre vigiando, sempre cuidando. O medo e o perigo estão em todo lugar.
Nada mais fala tão bem sobre isso como a frase de José Saramago: "Gostar é provavelmente a melhor maneira de ter, ter deve ser a pior maneira de gostar." Assim perde-se a tranqüilidade, a paz pela felicidade por ter “o meu... meu bem mais precioso...”.


sábado, 5 de março de 2011

Conflito


Dentro da ilusão de cada um, podemos nos contentar com nosso estado mental, físico, espiritual mesmo que a aparência externa seja adversa. O que nos incomoda, mesmo sem querer reconhecer que há esse incômodo, é a insistências em encontrar e apontar o que está desconfortável do lado de dentro. Há um permanente adiar desse encontro que se tem marcado consigo mesmo. Dessa torturante busca, ou fuga, por se reconhecer, ou se conhecer, surge o conflito do eu comigo mesmo. Não seria melhor continuar se distraindo com tudo que nos cerca? 



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