domingo, 18 de setembro de 2011

Perdoar...



Bossa Nova não é exatamente o estilo musical de minha preferência, gosto de todo tipo de música, diferente da maioria das pessoas que geralmente preferem um determinado estilo ou músicas de uma certa época, gosto muito de ouvir músicas novas, novas composições, regravações, novos ritmos...

Então o rádio tava ligado tocando Insensatez’, em espanhol, e achei lindo! Por isso tive curiosidade de ouvir melhor a letra e fui levada a refletir um pouco sobre o perdão...

Às vezes penso que seria bom apagar da memória algumas lembranças (falo seguramente das desagradáveis), assim como vi num filme de ficção cientifica que se escolhia o que queria esquecer. Não lembro bem com quem eu conversava sobre essa maravilhosa façanha, mas fui alertada para o fato de que ao esquecer corre-se o risco de se repetir a história. Lembrando que mesmo sem esquecer se repete a história, e às vezes, várias vezes. Melhor guardar na memória as experiências vividas, até as ruins.

Daí entendi melhor porque usam sempre a frase: ‘Perdoou mas não esqueço!’. Pois não esquecer tem sua importância e faz parte de nossas vivências.

Mas o que é perdoar mesmo? Acho difícil entender o conceito e execução desse ato. Para mim, perdoar é algo divino, não é coisa para pobres mortais. Perdoar não é algo que se possa fazer ou não fazer. Simplesmente porque não temos esse poder e a única pessoa que temos verdadeiramente condições de perdoar somos nós mesmos.

A imagem que me vem quando penso em alguém que perdoa outra pessoa, é que existe uma hierarquia entre essas duas pessoas. Quem perdoa pode ter um ar superior e quem é perdoado um ar de humildade, ou o contrário. Também vejo uma arrogância enorme... Tanto em dizer que perdoar como em dizer que não se perdoa.

Pior ainda é dizer que não perdoa, o ar raivoso é envenenado. Sem falar de quem diz que perdoa, mas só da boca pra fora, não sei se tentando se enganar, tentando se convencer ou tentando enganar os outros.

Assim, digo que não me cabe perdoar ou não perdoar. Só não posso é esquecer o fato, pois fará sempre parte dos arquivos de minha memória. O que fizeram comigo ou o que fiz com o outro será a própria vida quem se encarrega de direcionar.

Pra finalizar lembrei um sutra que diz: Nem no ar, nem nas profundezas do oceano, nem nas cavernas das montanhas, em nenhum lugar do mundo nós podemos abrigar do resultado dos atos praticado.

6 comentários:

  1. Oi Jaqueline,
    Você tem razão, perdoar é muito difícil mesmo.
    No meu entender, perdoar não significa esquecer as ofensas recebidas, mas entender que a pessoa que nos magoou, está num grau evolutivo que ainda não permite que ela seja melhor.
    Quando essa pessoa evoluir moralmente e espiritualmente, ela irá cometer menos erros, magoar menos pessoas. E isto vale para nós também, que ainda somos imperfeitos e cometemos muitos erros.
    O planeta Terra é escola, e estamos aqui aprendendo a ser pessoas melhores.
    Não desejar o mal para as pessoas que nos agridem, já é uma forma de perdoar.
    Devemos nos esforçar sim, para perdoar sempre. Muitas vezes, a vítima de hoje, é o algoz do passado.
    Cultive o perdão. Deus ficará contente com isso.
    Um forte abraço.
    Dilti

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  2. Olá Dilti!
    Obrigada pela visita e comentário, gostei muito.
    Para mim é uma boa oportunidade para refletir sobre o que penso.
    Volte sempre!
    Fraternal abraço.

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  3. Nossas cicatrizes podem ser bons lembretes de onde evitar novos tombos, mas também precisamos deixar que elas sejam simplesmente cicatrizes, que deixemos o tempo curar e sigamos em frente. O principal beneficiado pelo perdão é quem perdoa, com certeza!

    Agradeço por sua visita! Volte sempre!

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  4. Olá Juliana!
    Não tem como não concordar com você. Obrigada por expor sua opinião.
    E como o benefício do perdão é mérito de quem perdoa, isso não significa de fato indulto a quem é perdoado.
    Acredito que “perdoar” é não sentir mágoa de quem merece o perdão. É se sentir livre da raiva e dos demais sentimentos negativos que possam orbitar.
    Por tudo isso, acho um ato de auto consciências e que repercute em si mesmo.
    Grande abraço.

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  5. Olá Jacqueline!

    Fico contente em saber que a leitura sobre perdão lá no blog auxiliou em fortalecer as reflexões que você já vem fazendo sobre o perdão.
    Ah, esse perdão é feito de um caminho com muitas fases mesmo!

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  6. Oi Juliana!

    Acho que essa troca (nosso diálogo) é muito enriquecedor para mim. Fico muito feliz.
    Abraço.

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