sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Conceito


Essa “nomeação” que às vezes colocamos em nossos discursos para classificar um padrão relativo a uma certa categoria é apenas uma forma para descriminar, identificar de forma rápida e superficial alguma coisa.

É assim que o pensamento científico trabalha. Separando, classificando, catalogando, enumerando etc., porque facilita observar.

Generaliza-se para estudar. Em nome dessa generalização simplificamos muito. Assim, se transforma algo que tem uma diversidade absurda em uma única característica. Mesmo sabendo que toda regra tem exceção e às vezes ocorre mais exceção do que regra.

Se refinarmos o olhar veremos que generalizando um grupo não veremos cada um de seus membros diferenciados. Vemos apenas os aspectos comuns e dessa forma perde-se o indivíduo.

Dentre tantos grupos rotulados, os das pessoas, falo de gente, são os que mais me chamam atenção. No que se refere somente aos aspectos físicos ou visíveis, não há muito do que falar. As sofisticações de certas inferências se complicam quando é indexado a esses aspectos um padrão comportamental. Nesse momento não é colocado enfaticamente que de um modo geral é ‘assim’, mas em particular não é sempre.

Acredito que por isso é sempre muito difícil não gerar preconceitos. Já que existem aqueles preconceitos que lutamos pra não ter, outros que achamos não os tê-los, os novos que criamos, e por ai vai... Fica também complicado ter preconceito com quem tem preconceito! Talvez uma boa dica seja observar os pensamentos e ver qual a emoção eles carregam. 

Judith Viorst expressa de certo modo parte do que tento dizer:

...“Na melhor das hipóteses, a teoria psicanalítica nos oferece generalizações esclarecedoras, mantendo ao mesmo tempo um apurado respeito pela complexidade e a singularidade de cada um de nós, como seres humanos.”



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